Tudo vale a pena quando o pé...

Tudo vale a pena quando a alma não é pequena. Pessoa escreveu-o e nós não nos cansamos de o repetir. Poderemos, até, melhorar: Tudo vale a pena porque a alma não é pequena.

E o que vale a pena? Por exemplo, e para começar, ir a http://static.publico.clix.pt/docs/jogosolimpicos/saltoparaouro/ (um link generosamente partilhado).

Depois e amanhã e depois, outras coisas surgirão que valem a pena. Que valem ser agarradas com as suas mãos, com os dois pés e com toda a força.

Orgulho

Um exemplo de um grande atleta. A medalha de ouro nos Olímpicos de Pequim é um acrescento à sua medida. Estou com os pés irrequietos a tripassaltar!

Pés na lua

A melhor foto que consegui do eclipse parcial da lua ontem.

Angolanidades

Com Angola em plena campanha eleitoral, vou vendo as notícias dos canais oficiais e vou sabendo pelas palavras de pés que estão no terreno o que não se quer mostrar.

Para celebrar o país, deixo a letra de "Liceu" Vieira Dias, nome grande da cultura angolana, para uma das mais bonitas músicas em kimbundu que conheço:

Muxima ue ue,

Muxima ue ue, muxima

Muxima ue ue,

Muxima ue ue, muxima

Se uamgambé uamga uami,

Guangui beke muá santana.

Se uamgambé uamga uami,

Guangui beke muá santana.

Kuato dilagi mugibê,

Kuato dilagi mugibê,

Kuato dilagi mugibê,

Lagi ni lagi kazókaua.

Kuato dilagi mugibê,

Kuato dilagi mugibê,

Kuato dilagi mugibê,

Lagi ni lagi kazókaua.

Para quem quiser ver a interpretação de Waldemar Bastos, basta ir a http://br.youtube.com/watch?v=dXmKqSX_GTg.

Um P.S.: Muxima significa coração e dá o nome a um santuário na região do Bengo (Nossa Senhora da Muxima), que amanhã estará repleto de crentes.

Pés Olímpicos

08:08 de 08/08/08 marcaram o inícios dos

Jogos Olímpicos de Pequim. Ainda não tivemos motivos para grandes sorrisos e celebrações, mas pode ser que a magia dos pés de Francis, Naide e, naturalmente, Nelson nos tragam o que necessitamos.

Vi com uma atenção desfocada a cerimónia de abertura (ao mesmo tempo que lia um livro sobre as intermináveis questões do Estado em África) e dela retenho:

- o espectáculo, palavra/concretização em todas as suas dimensões;

- o sorriso do Nelson, apesar do ridículo boné;

- a dimensão numérica de selecções como as dos EUA, China ou Rússia;

- a ausência de atletas femininas nas selecções do Qatar e da Arábia Saudita (e, creio, das Antilhas Holandesas).

Fica só esta nota, um lugar-comum da celebração das Olimpíadas dos tempos modernos.

Pé em poema

minha erguida cidade ou tarde de cacimbo:

vem torturar-me o incansável pé: repito de pé

sempre que deixo a cama da perversão.

(poema "Saudável saudação" de João Maimona, um dos mais brilhantes poetas angolanos da actualidade)

Alexandre

Confesso que nunca consegui ler Arquipélago Gulag. Tal como algumas outras grandes e pequenas obras da literatura pelo mundo publicadas, não me levou a passar das primeiras páginas.

Alexander Soljenisyne, o seu autor, preso nos campos de concentração da antiga URSS e Nobel da Literatura, morreu.

É recordado por muitos como um dissidente e crítico do comunismo. Mas, na minha opinião, a sua crítica e o seu sofrimento basearam-se no reinado estalinista que de comunismo nada teve.