Gosto de ler os livros do angolano Pepetela. Mas tenho de confessar que não consgui passar muito além das primeiras páginas de Jaime Bunda e a Morte do Americano. Entediou-me, ao contrário dos seus outros textos.
Reli há pouco tempo A Geração da Utopia e acompanhei os percursos sinuosos de Vítor e de Aníbal, as duas personagens masculinas que mais se destacam. Ambos fizeram as suas escolhas perante a roda viva do mundo pelo qual lutaram: Vítor cedeu à facilidade e ao conforto de não questionar os destinos menos dignos e Aníbal, não conseguindo viver num mundo apodrecido, construiu a utopia de se exilar sem enfrentar outras lutas.
É claramente um livro marcado pelo desencanto: para com a política, a sociedade e o singular ser humano num país novo.
Mesmo com os desvios, a Aníbal foi ensinado “o segredo da vida: o prazer de viver está em viver o prazer do instante, como único. Espaçado, para que a reminiscência do anterior se ligue ao pressentimento do seguinte. Mas suficientemente frequente para que o ponto-morto não seja doloroso, pela saudade”.
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