Há pés revoltados contra o status quo social que os poderosos impõem. Foi o caso do Rei Amador, um escravo são-tomense dono de uns pés sempre em rebelião contra os senhores dos engenhos de açúcar. Quando foi capturado, não lhe salvaram a cabeça nem as mãos, cortadas para servirem de exemplo aos companheiros de lutas. Mas os seus pés permaneceram livres de amarras e correntes.
Para se perceber a importância dos pés nos caminhos da liberdade, leiam o poema de Conceição Lima, "Segunda revolta de Amador":
De novo as nuvens cobrirão o pico,
E os homens marcharão sobre a planície,
De novo como previstas subirão as marés,
Para lavar dos caminhos as folhas mortas,
E os passos perdidos.
1 comentário:
Gosto dos "Passos Perdidos", a liberdade também passou por essa sala, talvez...
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