Como hoje é dia de jogos para a Taça, fica um poema sobre futebol, desporto que se prefere jogado com os pés (ou as mãos do guarda-redes, ou a cabeça, mas sem murro!).
O anjo das pernas tortas
O anjo das pernas tortas
A um passe de Didi, Garrincha avança
Colado o couro aos pés, o olhar atento
Dribla um, dribla dois, depois descansa
Como a medir o lance do momento.
Vem-lhe o pressentimento; ele se lança
Mais rápido que o próprio pensamento
Dribla mais um, mais dois; a bola trança
Feliz, entre seus pés - um pé-de-vento!
Num só transporte a multidão contrita
Em ato de morte se levanta e grita
Seu uníssono canto de esperança.
Garrincha, o anjo, escuta e atende: - Goooool!
É pura imagem: um G que chuta um o
Dentro da meta, um 1. É pura dança!
De Vinicius de Moraes
2 comentários:
quais pernas ou pés que ontem nos presentearam...
Gostei do resultado do FCP :) E do Sporting, claro...
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