Mais um tempo de passagem, mais um começo ou, apenas, a continuação do bom de 2008 (e que o mau fique nas cavernas do passado). Às 12 badaladas imaginadas juntaram-se 12 passas com outros tantos desejos, uns mais confessáveis do que outros, não vá a superstição tecê-las...
Entre os desejos, sempre a saúde para mim, família e amigos. Porque com saúde o resto consegue-se. A minha família sempre comigo. Os meus amigos idem. Que todos vivam bem. Paz, água, comida, terra, solidariedade espalhadas pelo mundo. Alegria, sorrisos serão bem-vindos. Entendimento entre todos.
Mas há outros desejos mais particulares que foram pedidos com muita força e que gostaria tanto de ver concretizados neste 2009:
- aquele ponto final;
- uma fonte de rendimentos (leia-se: um trabalho ou uma bolsa, já que estou habituada...);
- aquela viagem;
- mais viagens, as outras planeadas e as que vêm de surpresa;
- pés sempre quentinhos;
- ser mais arrumada e organizada (confissão: ando a adiar este de ano para ano. É como aquele de beber no mínimo 1,5 l de água);
- conseguir resistir à dose diária de doces ou ao funge com feijão de óleo de palma e moamba de ginguba quando desço a sul (confissão: duvido muito que consiga);
- projectos sobre rodas, nos vaivéns da insularidade atlântica;
- capacidade de aprendizagem;
- vontade de deslumbre;
- escrever mais;
- perder uma pequena percentagem de mau feitio.
Estão 12 nestes pontos. Outros, os mais importantes, ficaram mais atrás. Outros não se expõem. Que 2009 seja um ano excelente, em suma!
O dia de hoje pareceram-me muitos. Plataformas de andaimes com funções. Pés sem se erguerem. Batimentos. Mãos a suster. Pés erguidos: daqui nasceu a vontade do post.
Desde Dezembro que ouço falar em neve a cair em sítios que recebem frequentemente as minhas pegadas. Quando estou num, neva no outro. Quando estou no outro, neva num. Chegam as notícias, as palavras, as fotos da neve no jardim do meu irmão. Mas eu: nem vê-la! Pensei que iria sentir "la neu a caure" e só a vi reluzente nos Pirinéus.
No El Pais de hoje li que, entre a diáspora cubana em Miami, circulam rumores sobre a morte do comandante Fidel Castro. Um dos indícios são as palavras do seu fidel amigo Hugo Chávez, que já o colocam no passado e reforçam o exemplo que ele é e será sempre na América Latina (y en todas las revoluciones, además).
Enquanto os meus pés estavam calmamente em Manlleu a ver a bola ou em Puig-L'Agulla a ver a neve, outros pés mais distraídos viram-se envolvidos na manifestação de Barcelona a favor da causa palestiniana (houve ainda outros pés conhecidos que foram voluntariamente a outra manifestação espanhola insular com o mesmo objectivo). 
Mais um tempo de passagem, mais um começo ou, apenas, a continuação do bom de 2008 (e que o mau fique nas cavernas do passado). Às 12 badaladas imaginadas juntaram-se 12 passas com outros tantos desejos, uns mais confessáveis do que outros, não vá a superstição tecê-las...