Nos últimos dias, as notícias que chegam da longínqua África do Sul dizem-nos que a espiral de violência xenófoba não pára. Já são milhares os mortos, feridos e deslocados vítimas das acções dos "legitimamente" (seja lá o que isso for) sul-africanos contra emigrantes moçambicanos e de outros países africanos vizinhos.
Há pouco tempo, li um livro do senhor da foto, J. M. Coetzee, prémio Nobel de literatura sul-africano: Desgraça. Com uma escrita demasiado seca, sem curvas melodiosas dos sonhos das palavras poéticas, impressionou-me pela construção das vidas após o sofrimento, após a violação, após o despedimento, numa sociedade marcada pelas relações tensas entre brancos e negros, entre donos da terra e explorados.
Não é o meu livro preferido dele, mas veio-me à memória agora.