23 abril 2008

Livros

Hoje comemora-se o Dia Internacional do Livro. Por isso, este poderia ser um post banal sobre as virtualidades da leitura, as viagens que um livro bem escolhido nos proporciona, etc. e blá-blá-blá. O que todos, enfim, já sabemos sobre grande parte dos livros.

Mesmo assim, não resisto a um lugar-comum da minha vida: a literatura angolana. A minha proposta para este dia é As Aventuras de Ngunga, do autor que tem duas vezes "pé" no nome. Escrito em 1973, em plena guerra de libertação, apresenta-nos um "pioneiro" - palavra que o MPLA arranjou para menino-soldado - que vai crescendo e aprendendo as linhas de construção da sua vida e do seu país.

Não sou particularmente adepta de literatura panfletária, mas esta ideia surgiu-me hoje ao ouvir a apresentação de um programa educacional à escala global, para que um número maior de crianças tenha acesso à escola. Em vez de uma arma, muitos meninos-soldados deveriam ter na mão lápis e caderno.

Foi esse o pensamento de Pepetela ao escrever este livro: ser um manual de aprendizagem de leitura para os pioneiros que combatiam com os mais velhos pela libertação do seu país.

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